RIto de benção conventual


PRELIMINARES 

  1. Porque nas casas religiosas se reúnem os que, professando os conselhos evangélicos, desejam seguir e imitar mais de perto a Cristo Nosso Senhor, é conveniente inaugurar estas casas com uma bênção peculiar
  2. Na celebração aqui apresentada designam-se também como casas religiosas os conventos e os mosteiros. Na celebração, observando sempre os elementos principais, tudo se adaptará às circunstâncias dos lugares e das pessoas, tendo em conta também a índole própria e peculiar do Instituto e da sua função apostólica. Para a bênção de uma casa de formação podem tomar-se certos elementos da bênção de um seminário, devidamente adaptados (cf. cap. X).
  3. Embora esta bênção se destine primariamente aos próprios religiosos, convém celebrá-la num dia que permita participar na celebração a comunidade dos fiéis em cujo proveito se erige a nova casa religios.
  4. O rito de bênção aqui proposto pode ser utilizado pelo presbítero. A bênção da nova casa compete ao Ordinário a cujo cuidado está confiada a nova comunidade religiosa. Se ele não pode presidir à celebração, delegue a presidência no Superior da comunidade. Se preside à celebração o Bispo ou um presbítero que não pertence ao Instituto, tudo se adaptará com atenção e oportunidade a esta circunstância. 
  5. Se a casa religiosa tem igreja própria e se celebra a sua dedicação ou bênção, nas ladainhas ou na oração dos fiéis podem oportunamente inserir-se invocações ou intenções relacionadas com a comunidade e as peculiaridades da vida religiosa dos seus membros. 
  6. Nas regiões em que se faz a bênção das casas no Tempo Pascal ou noutro tempo determinado e se considera oportuna também a bênção das casas religiosas, o ministro, de acordo com a família religiosa, preparará uma adequada celebração que favoreça o bem espiritual dos participantes.


 CELEBRAÇÃO DA BÊNÇÃO RITOS INICIAIS 



Os religiosos e os fiéis reúnem-se no local em que foi erigida a nova casa religiosa e canta-se, conforme parecer oportuno, um cântico apropriado. Terminado o cântico, o celebrante diz: 

Bispo: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. 

Todos se benzem e respondem: 

R. Amen. 

Depois o celebrante saúda os presentes, dizendo: 

Bispo: Deus, fonte e origem de toda a santidade, que sempre e em toda a parte chama os homens para seguirem a Cristo esteja convosco. 

Todos respondem: 

R. Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo. 

 Então o celebrante prepara os presentes para a bênção, dizendo estas palavras ou outras semelhantes:

Bispo: Onde dois ou três se reúnem em nome de Cristo, está Cristo no meio deles. Ao celebrarmos a bênção desta casa, em que viverão unidos pelo amor de Cristo aqueles que professam segui-lo mais de perto em caridade e virgindade, pobreza e obediência, imploremos a bondade d’Aquele de quem procede todo o bem e supliquemos-Lhe que os ajude a pôr em prática o que prometeram, buscando em tudo, com Jesus, a glória do Pai; perseveran do unidos na oração, manifestem a imagem da Igreja orante e, conduzidos pelo Espírito, trabalhem continuamente, cada um segundo a sua vocação, para que habite sempre em todos nós. 

Terminada a admonição, o celebrante diz: 

Bispo: Oremos 

Todos oram em silêncio durante algum tempo. Depois o celebrante diz: 

Bispo: Deus de infinita bondade, que sempre realizais em nós o querer e o agir, nós Vos louvamos e bendizemos, porque na nossa peregrinação sobre a terra nos inspirais o desejo das moradas celestes. Fazei que estes vossos servos, cuja casa hoje inauguramos, Vos escutem com fé, Vos supliquem na oração, Vos procurem no trabalho, Vos encontrem em todas as coisas e sejam fiéis testemunhas do Evangelho, para que, por meio deles, Cristo revele em toda parte a suave fragrância da sua mensagem, até que exultem na plenitude da alegria quando se manifestar a sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. 

R. Amen. 

LEITURA DA PALAVRA DE DEUS 

 Os leitores ou diáconos lêem um ou vários textos da Sagrada Escritura, dos que se indicam no Leccionário da Missa para os Religiosos ou na Consagração das Virgens e na Profissão Religiosa, intercalando os correspondentes salmos responsoriais ou intervalos de silêncio, ou podem-se fazer as leituras do dia. A leitura do Evangelho terá sempre o lugar principal. Podem também utilizar-se os textos seguintes: 

Hebr 13, 1-3.5-7.14-17: 

«Não temos aqui cidade permanente» Escutai, irmãos, as palavras da Epístola aos Hebreus Permanecei no amor fraterno. Não esqueçais a hospitalidade, porque, graças a ela, alguns sem o saberem hospedaram Anjos. Lembrai-vos dos prisioneiros, como se estivésseis presos com eles; lembrai-vos dos que são maltratados, porque vós também tendes um corpo. O vosso modo de proceder seja desinteressado, contentando-vos com o que possuís, porque Deus disse: «Eu não te abandonarei nem te desampararei», de modo que possamos dizer confiadamente: «O Senhor é por mim, nada temo: que poderão fazer-me os homens?» Lembrai-vos dos vossos chefes, que vos anunciaram a palavra de Deus; considerai o êxito da sua carreira e imitai a sua fé. Não temos aqui cidade permanente, mas vamos procurando a cidade futura. Por meio de Cristo ofereçamos a Deus continuamente um sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que aclamam o seu nome. Não esqueçais a beneficência e o auxílio mútuo, porque Deus compraz-Se em tais sacrifícios. Obedecei aos vossos chefes e sede-lhes submissos, que eles velam pelas vossas almas, como quem tem de responder por elas, para que o façam com alegria e não com gemidos, o que vos seria prejudicial.

Ou Jo 1, 35-42: 

«Ficaram com Jesus nesse dia» Escutai, irmãos, as palavras do santo Evangelho segundo São João No dia seguinte, estava João Baptista com dois dos seus discípulos e, vendo Jesus que passava, disse: «Eis o Cordeiro de Deus». Os dois discípulos ouviram-no dizer aquelas palavras e seguiram Jesus. Entretanto, Jesus voltou-Se; e, ao ver que O seguiam, disse-lhes: «Que procurais?». Eles responderam: «Rabi que quer dizer ‘Mestre’ onde moras?». Disse-lhes Jesus: «Vinde ver». Eles foram ver onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Era por volta das quatro horas da tarde. André, irmão de Simão Pedro, foi um dos que ouviram João e seguiram Jesus. Foi procurar primeiro seu irmão Simão e disse-lhe: «Encontrá mos o Messias», que quer dizer ‘Cristo’. E levou-o a Jesus. 

Conforme as circunstâncias, pode dizer-se ou cantar-se um salmo responsorial ou outro cântico apropriado. Em seguida o celebrante faz a homilia na qual explica as leituras bíblicas bem como o significado da celebração.

 

BÊNÇÃOS QUE SE REFEREM AOS EDIFÍCIOS E PRECES 

Segue-se a oração comum. Das intercessões que adiante se propõem, o celebrante pode escolher as que parecerem mais apropriadas ou acrescentar outras mais directamente relacionadas com as circunstâncias das pessoas ou do momento. 

Bispo: Nosso Senhor Jesus Cristo prometeu estar presente no meio dos seus discípulos até ao fim dos tempos. Invoquemo-lo com humildade e confiança: 

R. Ficai connosco, Senhor. 

Senhor, que encarnastes pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria e quisestes habitar entre nós, nós Vos recebemos de coração agradecido em nossa casa. R. 

Senhor, que quisestes viver com José e Maria em Nazaré, dignai-Vos escolher esta casa como lugar da vossa morada. R. 

Senhor, que prometestes estar presente no meio daqueles que se reúnem em vosso nome, olhai benignamente para nós, aqui reunidos pelo vosso amor. R.

Senhor, que na terra não tivestes onde reclinar a cabeça, aceitai esta casa para Vós preparada. R. 

Senhor, que prometestes receber nas moradas eternas aqueles que Vos recebem na pessoa dos hóspedes, ensinai-nos a reconhecer-Vos nos nossos irmãos e a servi-los com alegria por vosso amor. R. 

ORAÇÃO DE BÊNÇÃO 

 Então o celebrante, de braços abertos, diz a oração de bênção: 

Bispo: Deus, inspirador e autor dos santos propósitos, escutai benignamente as nossas súplicas e concedei a abundância da vossa graça aos que habitarem nesta casa; seja ela um lugar de assídua meditação da vossa palavra, de mútua caridade, de trabalho diligente e de generoso serviço fraterno, de modo que, seguindo fielmente os passos de Cristo, os membros desta comunidade religiosa sejam para todos um vivo exemplo de vida consagrada. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

R.  Amen. 

 Depois da oração de bênção, o celebrante asperge com água benta os presentes e a casa; entretanto canta-se a antífona ou outro canto apropriado:

 Ant. Onde há caridade verdadeira, aí habita Deus. Aqui nos reuniu o amor de Cristo: Alegremo-nos e exultemos em seu nome; Com temor e amor cantemos ao Deus vivo E amemo-nos de todo o coração.

 Ant. Quando em nome de Deus nos reunimos, Não nos separemos pela discórdia. Acabem discussões e contendas, Esteja no meio de nós o Senhor Jesus Cristo. Ant. E assim, com os Anjos e os Santos, Veremos um dia, Senhor, a luz do vosso rosto, Alegria eterna e gloriosa, Pelos séculos sem fim.

 CONCLUSÃO 

Então o diácono, conforme as circunstâncias, convida os presentes a receberem a bênção, dizendo estas palavras ou outras semelhantes: 

Diác: Inclinai-vos para receber a bênção. 

Depois o celebrante, com as mãos estendidas sobre os presentes, conclui a celebração, dizendo: 

Bispo: Deus, que nos concedeu a graça de habitar nesta casa, nos guarde de toda a perturbação interior e exterior, derrame sobre nós a consolação do Espírito Santo e nos dê a perseverança e a fidelidade no santo propósito de vida a Ele consagrada. 

R.  Amen. 

Bispo: E a vós todos aqui presentes, abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo. 

R. Amen. 

É conveniente terminar a celebração com um cântico apropriado.

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